Alberto Carneiro
Alberto Carneiro (Coronado, 1937 – Porto, 2017) foi um importante escultor e um dos mais premiados artistas da sua geração. Estudou Escultura na Escola Superior de Belas Artes do Porto e na Saint Martin’s School of Art (Londres), depois de ter trabalhado durante onze anos nas oficinas de santeiro do Coronado. O seu trabalho foi de grande relevância na actualização da escultura portuguesa e na sua emancipação da estatuária ilustrativa cara ao gosto oficial do regime totalitário português (1926-1974) em direcção aos vários questionamentos conceptuais, performativos e experimentais que caracterizam a arte internacional dos anos 1960 em diante. A escultura, a instalação, a fotografia e o desenho foram os meios usados para explorar um universo temático e visual assente na relação do corpo com os elementos naturais, resultando numa obra fortemente autoral caracterizada por uma indagação filosófica sobre a paisagem, a natureza e os modos de relação dos humanos com o mundo. O seu percurso pedagógico influenciou várias gerações de artistas e arquitetos. Lecionou no Curso de Escultura da ESBAP (1971-1976), no Curso de Arquitetura da FAUP (1970-1999) e foi responsável pela orientação pedagógica e artística do Círculo de Artes Plásticas, Organismo Autónomo da Universidade de Coimbra (1972-1985). Entre as distinções que lhe foram atribuídas incluem-se o Prémio Nacional de Escultura (1968), o Prémio Nacional de Artes Plásticas (1985) e as Comendas de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1994). Criou o Museu Internacional de Escultura Contemporânea em Santo Tirso e o Parque Internacional de Escultura Contemporânea na Vila de Carrazeda de Ansiães (2002-2009). Das suas exposições retrospetivas destacam-se: Centro de Arte Contemporânea de Bragança (2012); Fundação Beulas, Huesca (2006); Museu de Arte Contemporânea do Funchal (2003); Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela (2001); Fundação de Serralves, Porto (1991); Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1991); CAC do Museu Soares dos Reis, Porto (1976). Representou Portugal nas Bienais de Paris (1969), de Veneza (1976) e de São Paulo (1977). Realizou esculturas públicas em Portugal, Eslovénia, Inglaterra, Irlanda, Coreia do Sul, Equador, Ilha Formosa (Taiwan), Andorra, Espanha e Chile. As suas obras integram importantes coleções públicas nacionais tais como: Fundação de Serralves; Fundação Calouste Gulbenkian; MNAC – Museu do Chiado; Coleção Berardo; Caixa Geral de Depósitos – Fundação Culturgest; Coleção de Arte Contemporânea do Estado; e Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea. Das várias coleções no estrangeiro destacam-se: Museo Vostell Malpartida (Malpartida de Cáceres, Espanha); Centro Galego de Arte Contemporánea (Santiago de Compostela, Espanha); e Frederick R. Weisman Art Foundation (Los Angeles, EUA).