João Ferro Martins
condition report
A 3+1 Arte Contemporânea tem o prazer de apresentar a inauguração de condition report, a mais recente exposição do artista João Ferro Martins.
O trabalho de João Ferro Martins cruza uma multiplicidade de disciplinas – escultura, pintura, música, e performance – que se traduzem em obras escultóricas e em instalações, bem como trabalhos bidimensionais. O legado do dadaísmo está presente no uso de objets trouvés que o artista transmuta, desordena e adapta, retirando-lhes a sua utilidade como objetos, e transformando-os em composições narrativas tanto poéticas como absurdas.
Em 2017, o artista inaugurou a exposição Sottile sfumatura di rumore, onde apresentou na galeria um conjunto de instalações, esculturas e fotografias que remetiam, de certa forma, para um set da rodagem de um filme, sem que houvesse qualquer indicação clara da realização do mesmo. Na continuação deste ciclo, onde também se integra a exposição Fermata, no CAPC, Coimbra (2019), esta nova exposição prolonga a reflexão sobre ideias de ruído e silêncio, interpretando questões sobre a nossa existência, a morte e a não permanência humana. Em condition report, o artista apresenta-nos o culminar do seu trabalho nos últimos três anos através de esculturas, pintura, e em formato de filme, numa espécie de ode à natureza carregada com a projeção de um futuro caótico e ruidoso, encarado com o humor e a ironia tão singular na obra de João Ferro Martins.
João Ferro Martins (Santarém, 1979), licenciou-se em Artes Plásticas na ESAD, Caldas da Rainha. Vive e trabalha em Lisboa. Construção tridimensional, produção relacionada com pintura e relações com o universo do som formam as bases do seu trabalho artístico. Desenvolve também inúmeras ações que incluem palavra, performance e vídeo. O seu trabalho plástico está assente em processos onde ideias, memórias, sintomas e outras vertentes imateriais encontram a sua substância, a sua existência física particular através da manipulação de objectos da cultura quotidiana e musical. Para além de várias exposições individuais teve presença em exposições coletivas como: Wait, Museu Berardo, Lisboa (2019); Ciclo Cosmo/Política #2 – Conflito e Unidade, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira (2018); Germinal – O Núcleo Cabrita Reis na Coleção de Arte Fundação EDP, MAAT, Lisboa (2018); THEM OR US! Um Projecto de Ficção Científica Social e Política, Galeria Municipal do Porto, Porto (2017); Artistas comprometidos? Talvez, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (2014); Prémio EDP Novos Artistas Fundação EDP, Porto (2013); Visões do Desterro, Caixa Cultural do Rio de Janeiro (2013); I wish this was a song, Music in Contemporary Art, Nasjonalmuseet, Museet for samtidskunst, Oslo (2012); 7 Artistas ao 10º Mês, F.C.Gulbenkian, Lisboa (2008). Em palco co-criou e interpretou: O Declive e a Inclinação e A Morte nos Olhos com Alexandre Pieroni Calado. Desde 2013 que produz temas sonoros originais para Teatro e Filme. Fez cenografia e figurinos para a peça O limpo e o sujo de Vera Mantero de 2016. É fundador, juntamente com Hugo Canoilas, do coletivo A kills B com o qual esteve presente em: Nam June Paik Art Center, Seul em 2008; exibiu o projecto A mata B na F.C.Gulbenkian, Lisboa em 2012; e atuou no Palais de Tokyo, Paris em 2013. É fundador juntamente com André Tasso e Bruno Humberto do projecto de música improvisada Catarata. Coleções relevantes incluem: Fundação EDP, Portugal; Coleção Figueiredo Ribeiro, Portugal; Coleção Bjorn & Gundorph, Dinamarca; Coleção Nasjonalmuseet, Noruega; Coleção Marin Gaspar, Portugal.